"Tolerar a injustiça é relativamente aceitável, condenável é a intolerância da justiça". Leandro Francisco

domingo, 30 de janeiro de 2011

Liberdade de Imprensa - O desequilibrio da balança


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Foto: Divulgação

"Agora, a justiça protege, com excesso, um Juiz "

"A liberdade de imprensa vem sendo discutida intensamente no país nos últimos tempos. Outro dia escrevi artigo sobre o assunto aqui mesmo. Nele coloco a minha preocupação com a forma como usam a liberdade de imprensa em sites, jornais, revistas e emissoras de rádio em nossa cidade.
A liberdade de informação e de emitir opinião é um direito do cidadão e isso não pode e não deve lhe ser negado.
Aqui em Paulo Afonso, muitas vezes o direito de informar e de opinar sofreu distorções. Lembro-me que desde que existe e por muitos e muitos anos a RBN (Rádio Bahia Nordeste), vinculada diretamente a um grupo político local liderado por um dos seus sócios, Deputado Luiz Barbosa de Deus, exerceu sob o guarda-chuva da liberdade de imprensa, o maior massacre já visto e ouvido nesta cidade contra um cidadão e político, adversário do seu proprietário, que era quase que diariamente achincalhado pelos locutores daquela emissora. Tivesse ele ou não relação com o fato abordado nos programas, achava-se sempre uma maneira para falar mal do ex-prefeito e ex-vereador José Ivaldo. Esse bombardeio incessante durou desde a fundação da emissora até o ano de 2008.
Durante todos esses anos, quem ousou enfrentar o grupo político ligado a RBN, recebia como respostas ataques da emissora, sob a batuta de J. Matos, sócio gerente da rádio. Acusavam, caluniavam, difamavam, crucificavam fosse quem fosse. A sanha era tamanha que um dia a artilharia ofensiva da rádio virou-se contra o seu criador e bateu sem pena no deputado e em toda a sua família.
Durante o mandato de Raimundo Caires, de janeiro de 2005 a dezembro de 2009, foram feitos mais de 150 pedidos de direito de resposta. Lembro-me apenas de um que foi concluído: exatamente uma das ações movidas pelo ex-Prefeito Zé Ivaldo, em que a RBN foi condenada a pagar indenização por danos morais. As demais repousam em alguma gaveta, à espera de serem redescobertas.
Já disse antes e repito agora: acho que nos sites e nas emissoras de rádio têm que se ter o cuidado de exigir identificação nos comentários dos ouvintes/internautas, pois quem quer ter o direito de se expressar tem que ter a coragem de fazê-lo publicamente. Ofender a honra das pessoas sob o manto do anonimato não passa de um ato de covardia. Quem quer fazer jornalismo de verdade, e quer ter o direito de informar e de opinar, deve ter como sagrado dar o direito de resposta a quem se sentir ofendido, além de tomar o devido cuidado com a veracidade da informação que recebe e passa adiante. A liberdade de expressão é uma conquista e exige responsabilidade. Não pode, não deve passar mentiras adiante.
Depois da exposição do meu ponto de vista, quero aqui lamentar profundamente a decisão da justiça de Paulo Afonso de mandar retirar do ar de sites e blogs da cidade noticia que trata de caso onde Dr. Rosalino dos Santos Almeida Juiz desta comarca é acusado pelo ex-prefeito de Glória – BA, Ademir Vieira Barros. Ao que consta, o fato fora colhido de despacho da desembargadora Ivete Caldas Silva Freitas, datado de 21 de julho do corrente ano, situação em que, a partir da publicação do despacho, passou a ser de domínio público e, portanto, poderia e deveria ser noticiado como o foi, inclusive na imprensa da capital.
A ação da justiça deveria ter se limitado a determinar a retirada dos comentários anônimos. Não havia também a necessidade da retirada da foto do magistrado dos sites, já que o teor da matéria não ofende a honra do juiz, apenas relata um episódio em que ele é acusado, em processo que ainda está em andamento.
Muita gente tem sido vitima de desrespeito na imprensa aqui em Paulo Afonso, seja através de comentários em sites ou em programas de rádio, sem que a justiça se pronuncie. Agora, a justiça protege, com excesso, a pessoa de um Juiz. Talvez ao invés de uma medida isolada, o correto fosse agir para impedir que a covardia continue a ocorrer. Ficava mais bonito, não tolheria a liberdade de imprensa e não geraria suspeitas de favorecimento a “A” ou “B”."

Ex-Prefeito de Santa Brígida é inocentado pelo TCU

domingo, 15 de novembro de 2009


"Ex-Prefeito de Santa Brígida é inocentado pelo TCU

O TCU – Tribunal de Contas da União, reconheceu o Recurso de Reconsideração interposto pelo Sr. Francisco José de França, ex prefeito de Santa Brígida –BA, aprovando as contas da TC 025.164/2006-2, que tinha como objeto julgar a aplicação dos recursos para aquisição de um veículo automotor de transporte coletivo no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) em convenio com o FNDE.
O Acórdão nº 1729/2009 –TCU- 2ª Câmara, relatado e aprovado em 07 de abril do corrente ano, em parte cita verso do Relator, Sr. Benjamin Zymler, senão vejamos: “ Anoto, em primeiro lugar, que o ex –Prefeito apresentou cópias de extratos bancários à conta especifica do convenio, processo de licitação da compra, liquidação do empenho, recibo de pagamento, nota fiscal de aquisição do veículo, demonstrativo de execução financeira, demonstrativo de localização do bem e certificado de registro e licenciamento do veículo. Tais peças, entendemos capazes de demonstrar a correta aplicação dos recursos do convenio, visto que atestam a real aquisição de ônibus para transporte escolar, além de permitirem o estabelecimento de farta causalidade entre as despesas realizadas e essa aquisição”.


Ocorre que o ex-Prefeito, ficou inelegível no último pleito, pela Justiça Eleitoral, leia-se, Dr. Rosalino, que impugnou o Registro da candidatura do ex-Prefeito, e que foi ratificado pelos Tribunais Superiores, haja vista ser uma praxe entre os mesmos manterem as Sentenças dos juízes zonais, devido o acumulo de processos naquele período.


O ex-Prefeito obteve 3.926 votos, numa disputa em que era o favorito, mas a duvida imposta pelo juíz, com a impugnação e a compra de votos desenfreada pelo padre Teles e asseclas, mudaram o resultado. Duas ações foram interpostas uma AIJE, onde a Coligação prejudicada solicitava providencias da Justiça, inclusive solicitando ao juiz o encaminhamento das denuncias e pedido de investigação pela Policia Federal, apesar de todas evidencias, como transporte irregular de eleitores para comicios e carreatas com veiculos oficiais e locados pela aquela prefeitura, propaganda em locais proibidos, etc, foi indeferido pelo Juíz.


Uma outra ação foi interposta logo após o resultado das eleições, trata-se de uma AIME, que versa sobre várias e sérias denuncias: compra de votos, onde uma leitora e seus 3 filhos denunciaram a compra de seus votos e de seus filhos por R$ 500,00 pelo vereador Eraldo Alves de Matos, que no momento da compra alegou ser um simples vereador e que o dinheiro vinha da prefeitura, pois bem essa familia, foi pressionada pela Dra. Milane e o Dr. Rosalino, a mudar seu depoimento daquele que fora a peça inicial da denuncia. As ameaças de ambos era que os mesmos iam para a cadeia e que estavam dando trabalho a Justiça. Nesta mesma AIME, foi acostada Declaração da PRF de Feira de Santana, atestando a prisão de uma Van Ducato da Prefeitura, na madrugada anterior às eleições, o que também não fora investigado pela justiça de Paulo afonso, compras de votos atestada por mecanico concursado da prefeitura, provando a compra de votos por serviços em motores de veiculos de terceiros. A AIME foi indeferida nesses ultimos dias pela Promotora, Dra Milane e pelo novo juíz eleitoral Dr. Marley. Estando agora em fase recursal.


Mas ainda reportando a impugnação a mesma documentação apresentada e aceita pelo TCU foram as mêsmas apresentadas para defesa ao Cartório Eleitoral, no momento do Registro da Candidatura. Porém sem sucesso. O Dr. Rosalino se comportou com revanchismo pelo fato do ex prefeito França não ter atendido a todos os seus caprichos, ou seja,pela forma adotada, empregar seus parentes e de sua esposa na Prefeitura de Santa Brígida, na ocasião de sua Gestão.
Em 13 de fevereiro de 2009, o ex-Prefeito procurou o Tabelionato de Notas da Comarca de Paulo Afonso e declarou em Escritura Pública Declaratória os seguintes termos relacionado a sua Gestão com o Dr. Rosalino e a Dra. Milane, juíz e promotora, respectivamente.
Declaração sobre o Dr. Rosalino: (grifo nosso)


Saibam quantos virem a presente escritura declaratória, que aos treze dias do mês de fevereiro de dois mil e nove, nesta cidade de Paulo Afonso, Comarca de igual nome do Estado da Bahia, em meu Cartório, perante mim Tabeliã, compareceram como Outorgantes Declarantes FRANCISCO JOSÉ DE FRANÇA, brasileiro, maior, capaz, ex-Prefeito do Município de Santa Brígida – Bahia, na Gestão de 2001/2004, o presente reconhecido como o próprio de mim Tabeliã, do que dou fé.
E, assim, pelo Outorgante Declarante foi-me dito que durante a sua Gestão como Prefeito do Município de Santa Brígida-BA, quando assumiu a Prefeitura a esposa do Dr. Rosalino, Sra. Bárbara já era funcionária Municipal, a disposição do Cartório Eleitoral da cidade de Paulo Afonso e recebia um salário baixissimo e a pedido do Dr. Rosalino e reforçado pelo advogado Dr. Vilfredo Guerra, na época Procurador do Município de Santa Brígida, a Sra. Bárbara teve o seu salário modificado e passou a receber o mesmo valor de um Secretário Municipal, na época, permanecendo ainda a disposição do Cartório Eleitoral de Paulo Afonso; que, passado alguns dias, também a pedido do Dr. Rosalino foi contratado pela Prefeitura Municipal de Santa Brígida, o cunhado da Sra. Bárbara, conhecido como Fabrício, hoje Oficial de Justiça de Alagoas que ficou a disposição do Dr. Rosalino e trabalhando no Gabinete do mesmo; que após a contratação docunhado da Sra. Bárbara, também foi solicitado pelo Dr. Rosalino a contratação de uma das irmãs da Sra. Bárbara, pedido que não pôde ser atendido porque começaram algumas dificuldades financeiras na administração do declarante e por também já ter duas pessoas contratadas pela Prefeitura e naquela época já acarretava por demais a folha de pagamento da Prefeitura; que foi apartir daí Dr. Rosalino tomou desafeto e começou a perseguir o declarante por não ter atendido mais um pedido, a contratação de uma de suas cunhadas; que depois do resultado das eleições de 2004, da qual o declarante foi derrotado pelo atual prefeito padre Teles, teve que cortar gastos e retirou da folha de pagamento várias pessoas inclusive a esposa do Dr. Rosalino, a Sra. Bárbara, fato este que levou o mesmo instar o Dr. Paulo Ney, na época (Outubro de 2004), a bloquear as contas da Prefeitura junto ao Banco do Brasil e Bradesco, pelo fato de ter retirado dafolha de pagamento a sua esposa a Sra, Bárbara. Que ele declarante firma a presente espontaneamente e para que produza em fururo seus devidos e legais efeitos. Que essa declaração é feita sob as penas da Lei por ser a expressão fiel da verdade, que inclusive em caso de falsa declaração ser-lhe-á imposta as penas previstas no art. 299 do Código Penal Brasileiro.Assinados por: Ana Paula Alves da silva – Tabeliã e Francisco José de França – Declarante.
Declaração sobre a Dra. Milane: (grifo nosso)


Saibam quantos virem a presente escritura declaratória, que aos doze dias do mês de fevereiro de dois mil e nove, nesta cidade de Paulo Afonso, Comarca de igual nome do Estado da Bahia, em meu Cartório, perante mim Tabeliã, compareceram como Outorgantes Declarantes FRANCISCO JOSÉ DE FRANÇA, brasileiro, maior, capaz, ex-Prefeito do Município de Santa Brígida – Bahia, na Gestão de 2001/2004, o presente reconhecido como o próprio de mim Tabeliã, do que dou fé.
E, assim, pelo Outorgante Declarante foi-me dito que durante a sua Gestão como Prefeito do Município de Santa Brígida-BA, assinou convenio para beneficio de pagamento de de aluguel de uma casa residencial, localizada rua Portugal, nº 253, no Bairro Abel Barbosa, para a representante do Ministério Público, dra. Milane. Outrossim, declara ainda que, autorizou a seu Tesoureiro, Euzébio Barbosa de Magalhães, (falecido), como também ao seu Secretário de Administração, Sr. José Carlos da Silva, o pagamento de diversas festas, (confraternizações) que eram realizadas na residencia de Dra. Milane; que, de quando da transferência da Dra. Milane da cidade de Paulo Afonso para a cidade de Casa Nova Bahia, autorizou ao Departamento de Transporte da Prefeitura a liberação de um veículo saveiro para transporte de seus pertences, conduzido pelo funcionário Adriano; que também por exigencia da Dra. Milane foi autorizado na época pelo declaranteo pagamento de salários a duas pessoas que trabalhavam com a Dra. Milane no Ministério Público da cidade de Paulo Afonso, para a Secretária Sandra Regina e o Segurança, o qual não recorda o nome; que, depois de um certo período na cidade de Casa Nova, a Dra. Resolveu retornar a cidade de Paulo Afonso e novamente solicitou um transporte para trazer seus pertences a cidade de Paulo Afonso, o que foi autorizado pelo declarante junto ao Departamento de Transporte da Prefeitura Municipal, novamente o dito veiculo foi dirigido pelo motorista Adriano; que de retorno a cidade de Paulo Afonso, a Prefeitura retomou o pagamento da residencia da Dra., localizada a Rua Vereador José Moreira, nº 243 - Bairro Perpétuo Socorro, e ainda por exigencia da Dra. Autorizou a seus assessores o pagamento de um salário para seu ex-marido vez que estava desempregado. Havendo dúvidas ouçam José Carlos da Silva que era Secretário de Administração da época.Que ele declarante firma a presente espontaneamente e para que produza em fururo seus devidos e legais efeitos. Que essa declaração é feita sob as penas da Lei por ser a expressão fiel da verdade, que inclusive em caso de falsa declaração ser-lhe-á imposta as penas previstas no art. 299 do Código Penal Brasileiro.Assinados por: Ana Paula Alves da silva – Tabeliã e Francisco José de França – Declarante.


Enquanto isso o prefeito de Santa Brígida, padre Teles, continua visitando o Dr. Rosalino em sua fazenda no município de Jeremoabo ... Esperamos que essa matéria sirva de alerta para a sociedade, no tocante a busca da boa Justiça, sem vícios, imparcial e sem lado politico. O que, infelizmente, não vislumbramos na Justiça Eleitoral da Comarca de Paulo Afonso. E que o Ministério Público realmente exerça a sua função de proteger a sociedade como um todo.
O pedido de Reconsideração foi cancelado pelo Dr. Montalvão, e por falar nesse grande jurista transcrevo parte de um de ses artigos onde versa sobre a realidade atual de Santa Brígida.
"A grita contra a má qualidade dos serviços é geral. Já em Santa Brígida faleceu uma Paciente no Posto de Saúde da sede por falta de mão de obra e de medicamentos e soro adequado. O paciente era portador de diabetes e só tinha 15 anos de idade.Enquanto isso Teles é um eterno ausente do Município e a Justiça local lhe concedeu um passaporte considerável, aceitação de denúncia para cassação de mandato só com 2/3 dos membros da Casa Legislativa."
Imperativo registrar o que reza o Art. 5 do Decreto Lei nº 201/67, que foi o norte utilizado pela Câmara de Santa Brígidapara instalação da CPI que afastou preventivamente
o padre Teles por 90 dias.


II - De posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na primeira sessão, determinará sua leitura e consultará a Câmara sobre o seu recebimento. Decidido o recebimento, pelo voto da maioria dos presentes, na mesma sessão será constituída a Comissão processante, com três Vereadores sorteados entre os desimpedidos, os quais elegerão, desde logo, o Presidente e o Relator.
Mais agravante ainda foi a Decisão do Dr. Marley que despachou Mandado de Segurança impretado por terceiros, isto é, os vereadores ligados a Teles foi quem subscreveram a peça juridica.


Enquanto isso o prefeito de Santa Brígida, padre Teles, continua visitando o Dr. Rosalino em sua fazenda no município de Jeremoabo ... Esperamos que essa matéria sirva de alerta para a sociedade, no tocante a busca da boa Justiça, sem vícios, imparcial e sem lado politico. O que, infelizmente, não vislumbramos na Justiça Eleitoral da Comarca de Paulo Afonso. E que o Ministério Público realmente exerça a sua função de proteger a sociedade como um todo. Em tempo, não se pode olvidar do verbo pela verba.


www.fmne.com.br

Comentário do Site Notícias do Sertão

03/08/2010 11:56:43
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"Justiça manda retirar de sites locais matéria sobre juiz de Paulo Afonso
A Ação Cautelar Inominada intima os acionados a retirarem dos sites a imagem do citado, todos os comentários anônimos bem como não permitir novos comentários sobre a matéria publicada, sob pena de multa diária de R$ 500,00.

Redação
redacao@ozildoalves.com.br


Crédito: Divulgação

Bob Charles DRT / BA 3.913

A liberdade de imprensa viu-se afetada por numerosas disposições e sentenças judiciais contra meios de comunicação e jornalistas que foram objeto de multas, medidas de censura e agressões. A maior parte das agressões, nesse caso, se revela em forma de atos de censura imposta pela mão da autoridade judicial, tal como ocorreu com os radialistas Bob Charles e Ozildo Alves, proprietários dos sites
www.ozildoalves.com.br  e www.bobcharles.com.br  ambos do município de Paulo Afonso, notificados nessa segunda-feira, (2) por terem publicado uma matéria sobre o Juiz Rosalino dos Santos Almeida, acusado pelo ex-prefeito de Glória Ademi Vieira Barros de ter se apropriado de valores decorrentes de ações indenizatórias, tentativas de homicídio contra o ex prefeito, além de outros fatos que correspondem, em tese, à prática de crimes de prevaricação e advocacia administrativa. A Ação Cautelar Inominada intima os acionados a retirarem dos sites a imagem do citado, todos os comentários anônimos bem como não permitir novos comentários sobre a matéria publicada, sob pena de multa diária de R$ 500,00. A autoridade determinou prazo de cinco dias para que os radialistas Bob Charles e Ozildo Alves apresentem contestação.

Rabo preso é outra coisa.

Visitem por favor os sites:
Quem diria!!!!

Ex-prefeito de Glória Ademir Vieira denuncia juiz Rosalino Almeida

Redação em Ozildo Alves: 23/07/10  06h19m - Paulo Afonso - BA
Da redação (bobcharles.com.br) com informação do DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO
O juiz de direito da Vara Crime da comarca de Paulo Afonso, Dr. Rosalino dos Santos Almeida, foi notificado nesta quinta-feira (21) pela Desembargadora Ivete Caldas Silva Freitas Muniz.

O magistrado segundo relato contido em cópia encaminhada pelo ex-prefeito de Glória, Ademi Vieira Barros ao Tribunal de Justiça da Bahia e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), teria se apropriado de valores decorrentes de ações indenizatórias, tentativas de homicídio contra o ex prefeito, além de outros fatos que correspondem, em tese, à prática de crimes de prevaricação e advocacia administrativa.

Em resposta a ofício expedido a relatora Dra. Ivete Caldas Muniz, solicitou do juiz noticiado informações detalhadas respeito do expediente de fls. 02 a 45. Dr. Rosalino atualmente em gozo de férias terá um prazo de 15 dias para apresentar esclarecimentos.

Veja na íntegra, o despacho da relatora:

INVESTIGAÇÃO CONTRA MAGISTRADO Nº. 0005902-70.2010.805.0000-0, DA COMARCA DE SALVADOR
REQUERENTE: SR. ADEMI VIEIRA BARROS
REQUERIDO: DR. ROSALINO DOS SANTOS ALMEIDA, JUIZ DE DIREITO TITULAR DA VARA CRIME DA COMARCA DE PAULO AFONSO
DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO – Nº 283 - Disponibilização: Quinta-feira, 22 de julho de 2010 Cad 1 / Página 19

RELATORA: DESA. IVETE CALDAS SILVA FREITAS MUNIZ

DESPACHO

Vistos, etc.
Trata-se de expediente originário do Ministério da Justiça, através do Ofício nº. 2795/2010/GAB/SENASP-MJ, assinado pelo Secretário Nacional de Segurança Pública substituto, Sr. Alexandre Augusto Aragon, encaminhando cópia de correspondência dirigida àquele órgão por Sr. Ademi Vieira Barros, qualificado nos autos, apresentando denúncias contra a pessoa do Dr. Rosalino dos Santos Almeida, Juiz de Direito da Vara Crime da Comarca de Paulo Afonso.

Na petição de fls. 03 a 08, descreve o Sr. Ademi Vieira Barros uma série de fatos atribuídos ao noticiado, dentre os quais sobressai a apropriação de valores decorrentes de ações indenizatórias, tentativas de homicídio contra o noticiante, além de outros fatos que correspondem, em tese, à prática de crimes de prevaricação e advocacia administrativa.

Em resposta a ofício expedido por esta relatora, a ilustre Assessoria Especial da Presidência I, deste Egrégio Tribunal de Justiça, apresentou, através dos documentos de fls. 53 a 60, informações detalhadas a respeito da situação funcional do Juiz de Direito noticiado.

Dá-se cumprimento ao inciso XI, do artigo 162 do RITJBA, onde se dispõe que compete ao Relator "requisitar informações ou avocar autos".

Sendo assim, determino a expedição de carta registrada, com aviso de recebimento, para a Comarca de Paulo Afonso, a fim de que seja notificado o Juiz de Direito noticiado, Dr. Rosalino dos Santos Almeida, para, no prazo de 15 (quinze) dias, prestar informações a respeito do expediente de fls. 02 a 45, encaminhando-lhe cópia das mencionadas peças e do presente despacho.

Publique-se.
Salvador, 21 de julho de 2010
Desa. IVETE CALDAS SILVA FREITAS MUNIZ
Relatora

O perfil do magistrado sem compromisso

by Jose Luiz Oliveira de Almeida

03-O seu gabinete está sem apinhado de pessoas, por isso não despacha, alegando que não pode se furtar de orientar o jurisdicionado.
04-A sua mesa de trabalho está sempre tomada de processos, para impressionar o desavisado.
05-Ele só tem bom humor para conversar. Se alguém implora por um despacho, perde o bom humor. Fecha a cara. Demonstra irritação. Não é mais a mesma pessoa.
06-Quando chega na Comarca pede à escrivã que lhe traga apenas cinco processos conclusos de cada vez. Antes de viajar, os devolve nas mesmas condições.
07-Só recebe processo sem data de conclusão. Muito tempo depois, quando decide, finalmente, lançar algum despacho, lança o indefectível “R. Hoje”, transferindo a responsabilidade ao cartório pelo atraso.
08-Entrega os poucos despachos manuscritos, para que a escrivã desvendo o seu sentido e os digite. Se o despacho for equivocado, ele argumenta que foi a Escrivã que foi desatenciosa.
09-Quando chega à Comarca e recebe um pedido de habeas-corpus, pede informações em setenta e duas horas, pois que, assim, quando chegam as informações, ele já retornou para capital.
10-Quando o processo tem vários volumes, alega que é alérgico, para não ter que examiná-lo.
11-Se um advogado insiste na busca de um despacho, rompe com ele, em nome da imparcialidade.
12-O advogado que ousa apontar um defeito em sua decisão ou que se atreva a dela recorrer, comprou uma inimizade para vida eterna.
13-Tem verdadeiro pavor de quem levanta uma questão de ordem em uma audiência ou que questione uma deliberação sua. Quando isso ocorre e como quase sempre não sabe como resolver o impasse, costuma decidir de forma arbitrária e ainda desafia o causídico a recorrer de sua decisão.
14-Exige das testemunhas e dos réus, ainda que iletrados, que lhe chamem de Excelência ou Meritíssimo.
15-No ano de eleições, quatro meses antes do pleito, costuma lançar o seguinte despacho, já imprimido previamente: “Voltem os autos conclusos, após o período eleitoral”.
16-Costuma marcar audiência todos os dias, pela manhã e à tarde, exatamente para o período em que está de férias, na esperança de que o juiz que o substitua as realize. Se não as realiza, ainda tem o despudor de falar mal do colega.
17-Tira várias licenças para tratamento de saúde durante o ano. E ainda tem coragem de freqüentar os corredores do Tribunal com a pele bronzeada, vendendo saúde.
18-Está sempre reclamando que sessenta dias de férias é muito pouco para recompor as energias despendidas durante o ano.
19-Está sempre desestimulado para o trabalho, alegando que ganha pouco. Possui dossiê dos ganhos dos juízes de todos os Estados e está sempre estabelecendo comparação com os que ganham mais, para demonstrar que está sendo mal remunerado.
20.Não compra livros e os que toma emprestado não costuma devolver.
21-Sobre livros, cunhou uma máxima: “não os tenho; não os compro”.
22-Está sempre disposto a ouvir uma piada pelos corredores do Fórum. Para, ouve, ri e, depois, …pensa que ele vai trabalhar?… volta a ouvir história, agora em seu gabinete, no ar condicionado e regado a cafezinho.
23-Sobre ele os advogados costumam dizer: não trabalha, mas é gente boa.
24-Nos corredores do Fórum passa esbanjando simpatia, a todos cumprimenta, dando tapinhas nas costas. Não há quem resista a tanta simpatia.
25-Tem o senso crítico aguçado. Os seus erros são desculpáveis; os dos colegas, imperdoáveis.
26-Ele nunca redige os seus despachos. Dita à escrivã ou pede que reproduza os dos colegas que o antecederam.
27-Ele nunca erra, mas vive se equivocando.
28-Ele aparenta estar sempre cansado – para despachar; para ouvir piada, para trocar uma prosa, ele é todo ouvido.
29-O gabinete dele mais parece um comitê eleitoral. Está sempre lotado de amigos e prosadores. Está sempre planejando algo para os finais de semana. Gosta de uma cerveja e um churrasco. Nem o colesterol o preocupada. Tem um barrigão respeitável, fruto do seu sedentarismo.
30-Não costuma designar audiência. Se designa, não comparece e manda certificar que o ato não se realizou por motivo de força maior. Quando comparece, o faz fora de hora.
31-Adora a brisa que colhe na porta do Tribunal de Justiça, nas tardes de sexta e nas manhãs de segunda. As terças e quintas, quando não está indo o voltando da Comarca, fica em casa para não ser flagrado no ócio.
32-Quando está na capital, está sempre voltando para sua Comarca; quando está na Comarca, está sempre voltando para capital, para tratar de assuntos inadiáveis.
33-No Tribunal, quando lhe questionam a produtividade, dá sempre como desculpa a falta de adaptação à comarca.
34-Quando abre vaga para promoção, é quem primeiro inicia o périplo pelos corredores do Tribunal pedindo voto.
35-Ele não deixa de, vindo do interior, trazer algum agrado a um Desembargador, afinal, ele sabe que, para ser promovido, não precisa trabalhar. Basta ser simpático. E simpatia ele tem pra dar e vender. Alguém duvida que ele será promovido?
36-Ele supre a falta de produtividade com um abraço e um tapinha nas costas.
37-Ele não produz, mas, em compensação, não perde um aniversário, de qualquer parente, de qualquer desembargador. Se um desembargador a
doece, é quem primeiro chega ao hospital. Se espirra, deseja-lhe saúde e lhe fornece logo um lenço. Se está em pé, lhe cede logo a cadeira.
38-Ele sempre apresenta como desculpa para baixa produtividade a saudade da família. Ninguém ama mais a família do que um juiz sem compromisso. A “doença” de um filho é sempre mais um motivo para não ir à comarca.
39-Ele costuma dizer que, quando chegar à capital, tudo será diferente. Aí, sim, vai mostrar como se trabalha, porque, aqui, está perto das pessoas que ama.
40-Quando chega à capital, alega, para não trabalhar, que aqui as condições de trabalho são piores do que as do interior.
41-Nos primeiros anos de comarca, no interior ou na capital, alega sempre que está tomando pé da situação.
42-Se promovido para uma vara cível, diz que gosta mesmo é do Direito Penal.. Se promovido para uma vara criminal, alega que o crime não compensa e que tem afinidade mesmo é com as questões de família. E assim vai, enrolando aqui e acolá, engordando e fazendo projeções para quando for desembargador.
43-Quando se defronta com um juiz trabalhador, costuma dizer que ele quer ser melhor que os outros, que quer consertar o mundo, que é arrogante e prepotente.
44-Quando lhe questionam a produtividade, costuma dizer que não veio para consertar o mundo, mas para viver.
45-Para justificar a baixa produtividade, alega que os processos de sua vara são os mais complicados.
46-Ele tem preferência pelos seguintes despachos:
46.1-Se está respondendo por um colega:
“Aguarde-se a volta do titular”
46.2-se está em sua vara:
“Aguardem-se os autos em cartório, até ulterior deliberação”
46.3 Três meses antes das férias:
“Aguardem os autos em cartório, até que o signatário retorne das férias”
46.4-três meses antes das eleições, quando tem função eleitoral:
“Voltem os autos conclusos, após o período eleitoral”
46.5-Quando, finalmente, lança um despacho:
“Atrasado, por acúmulo de serviços”
46.6-Quando não tem mais para onde apelar, decide fazer correição. A partir daí lança sempre o mesmo despacho.
“Vistos em correição.
Aguardem os autos em cartório, até que se encerrem os trabalhos correicionais”
E assim ele vai levando, até ser promovido a Desembargador, por merecimento.
A partir daí, ninguém sabe mais o que vai aprontar.
Agora é entregar a Deus a sorte dos seus jurisdicionados.

Fonte: Disponível em: http://joseluizalmeida.com/2006/09/21/o-perfil-do-magistrado-sem-compromisso/

À beira de um ataque de nervos (Arquivo da Revista Veja

Reportagem de Arquivo da Revista VEJA

Em, 26 de fevereiro de 1997, a revista VEJA exibiu a reportagem abaixo.
À beira de um ataque de nervos

As pressões da vida moderna deixam os brasileiros cada vez mais tensos e exaustos.
Nos oito meses em que trabalhou na defesa de Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniella Perez, o advogado carioca Paulo Ramalho viveu os piores dias de sua vida. Ao caminhar na rua, era abordado por pessoas que o xingavam e ameaçavam. 'De repente, sem motivo nenhum, meu cabelo começou a cair, aos tufos. Fiquei com medo, pensei que estivesse com câncer', recorda ele. Ramalho, que alguns anos atrás havia 'apagado' por dois dias, vítima de um distúrbio neurovegetativo, assustou-se e foi correndo consultar um médico. O diagnóstico foi lúpus eritematoso, uma doença incurável e de fundo psicológico, que afeta também o couro cabeludo. A causa identificada: stress. Na semana do julgamento, Ramalho não conseguia dormir e, se por sorte pegava no sono durante uma ou duas horas, sonhava com fogueiras, linchamentos e acordava suando frio. Mesmo depois do julgamento, em que conseguiu uma vitória moral - uma condenação abaixo da pena máxima para seu cliente problemático -, ele só voltou a dormir quatro dias depois.
Como Ramalho, milhões de brasileiros passam os dias duelando com o stress, aprisionados em engarrafamentos de trânsito, encarcerados em apartamentos com fechaduras de segurança e angustiados em empregos que não sabem por quanto tempo serão capazes de manter. O stress, definido pela Organização Mundial de Saúde como 'uma epidemia global', é também uma obsessão nacional. Um estudo da Pontifícia Universidade Católica, PUC, de Campinas, que examinou 1 800 pessoas no Aeroporto de Congonhas, num grande edifício do centro de São Paulo e na sede de uma empresa multinacional, mostrou que 32% delas apresentavam sintomas de stress em nível suficiente para merecer atenção médica. Na indústria farmacêutica brasileira, os dois remédios campeões de faturamento, Frontal e Lexotan, são calmantes benzodiazepínicos. Sua função original seria tratar vítimas de ansiedade e de síndrome do pânico. Mas, na prática, apenas 10% deles são de fato receitados por psiquiatras. A maior parte, prescrita por cardiologistas e clínicos-gerais, acaba sendo receitada a pessoas estressadas, da dona de casa que não agüenta mais o tédio das tarefas domésticas ao executivo que é perseguido pela exaustão constante devido ao acúmulo de trabalho. É isso mesmo: o excesso de tarefas e de responsabilidade bem como o vazio da vida produzem igualmente estressados, gente que anda o tempo todo com o sentimento de que a vida se tornou pesada demais. São as mulheres e os homens tensos e exaustos da sociedade moderna, um grupo que parece englobar quase todo mundo hoje em dia.

Tempo das cavernas - Até gente sentada na cadeira mais invejada do país, a do presidente da República, é vítima do problema. José Sarney ficava com o rosto vermelho e empipocado de tanta tensão quando estava no Palácio do Planalto. Fernando Collor de Mello emagreceu tanto, ficou tão encovado e doentio que correu o boato infundado de que estaria contaminado com o vírus da Aids. O mal de Collor era stress. Itamar Franco, todos se lembram, tinha faniquitos. Só com Fernando Henrique Cardoso o Brasil experimenta um presidente que parece feliz onde está. 'Sabe o que ele faz à noite?', comenta um amigo de FHC. 'Ele dorme!', completa esse amigo, sem esconder a inveja. Por essa estatística empírica entre os últimos presidentes, 75% deles sofrem de stress.
É natural que figuras muito expostas ao público sejam vítimas freqüentes do stress. O piloto Rubens Barrichello, que tem o preparo físico de um atleta olímpico, ainda não encontrou a fórmula para descarregar suas tensões. Desde a morte de Ayrton Senna, torcedores e jornalistas descarregaram sobre ele a responsabilidade de reconduzir o Brasil ao pódio da Fórmula 1. Com um carro ruim e pouca experiência, Rubinho não agüentou a barra. Tinha dificuldades para dormir nas noites que antecediam as provas, cansava-se facilmente e sofria de dores na coluna e nos maxilares, que travavam nos momentos de tensão. 'Não havia massagem que resolvesse as dores', lembra o piloto. Durante uma crise, chegou a brigar com a família e a se isolar durante um mês na Inglaterra. 'Eu não estava bem comigo, e não conseguia relacionar-me com as pessoas', diz. Desde então, conseguiu melhorar. Estréia em março em uma nova equipe, a Stewart, e está de casamento marcado para esta segunda-feira.
Na prefeitura de São Paulo, um relatório da Secretaria de Administração detectou que o número de licenças médicas concedidas a funcionários por stress e hipertensão ultrapassou a soma das licenças por acidente de trabalho, acidente de trânsito e acidente doméstico. Estudos da General Motors nos EUA indicam que a empresa gasta mais com despesas médicas e perda de produtividade causadas pelo stress do que com o aço que compra para seus automóveis. Juliet Schor, professora de economia de Harvard, explica que a espiral da fadiga se desenvolveu como uma bola-de-neve desde o tempo das cavernas, para chegar ao auge no período em que vivemos. O homem primitivo trabalhava apenas vinte horas por semana, caçando animais nas proximidades e colhendo frutos das árvores. Embora também estivesse sujeito ao stress - pelo medo dos predadores, das tempestades ou das tribos inimigas -, o número de agressões que sofria diariamente era mais reduzido.
Na Idade Média, ainda se trabalhava pouco. Os países europeus tinham o descanso de domingo como princípio sagrado e, de lambuja, cinqüenta feriados por ano. Durante séculos, a maior parte da humanidade dedicou-se apenas a trabalhos braçais, que sempre terminavam junto com o pôr-do-sol. Tudo isso acabou com a Revolução Industrial, que instituiu a carga horária de dezesseis horas diárias e aboliu a maioria dos feriados. No Brasil, onde tudo isso aconteceu com atraso, o choque do stress foi ainda mais violento. Na cultura colonial portuguesa, o ócio era elegante e o trabalho não passava de uma obrigação do escravo. Entrar na lógica da produção pesada e da concorrência capitalista foi um trauma. E no século XX, no curto espaço de duas gerações, a maioria da população do país abandonou o campo para viver no stress da cidade.
Os avanços da tecnologia no início do século haviam prometido facilitar a vida de todos. Economistas previam que na década de 90 os operários, felizardos, trabalhariam apenas três horas por dia. Mas as invenções que prometiam um mar de rosas escondiam um risco que hoje cobra seu preço. Os automóveis pouparam o trabalho de caminhar, mas criaram congestionamentos irritantes. O computador, que emperra no meio de uma operação, faz o homem civilizado enfurecer-se como um canibal. A vida tornou-se acelerada demais para o ritmo do corpo humano. 'A informática, o fax, o celular e os pagers deixam a pessoa ‘ligada’ no trabalho 24 horas por dia. É muito pior que trabalhar doze horas seguidas e depois ir para casa relaxar, como faziam os nossos avós', teoriza Paul Rosch, do American Institute of Stress. A pior inovação, porém, foi a descoberta de que a maneira de obter o melhor rendimento de uma pessoa é submetendo-a a um stress pesado. 'O trabalhador rende bem quando está submetido a um razoável stress, mas sua máxima produtividade é atingida quando ele, sem perceber, já passou do limite', explica a psicóloga Marilda Lipp, da PUC de Campinas. 'Sob tensão pesada, o ser humano rende maravilhosamente durante algum tempo. Depois, simplesmente capota.'

Sem férias - No ano passado, o técnico de basquete Ary Vidal, 61 anos, conseguiu o feito de levar o Corinthians de Santa Cruz do Sul duas vezes às finais do campeonato brasileiro. O esforço, porém, custou-lhe muito em saúde. Durante os jogos, ele notou que a irritação com os erros dos jogadores passou a vir acompanhada por sensações desagradáveis. Começou a sofrer de dores pelo corpo e, de tempo a tempo, tinha uma febre sem motivo aparente. Apesar da gravidade dos sintomas, ele não procurou um médico até que as dores se tornassem insuportáveis. 'Então, corri para fazer um check-up completo', diz ele. O médico, depois de fazer uma série de previsões cavernosas, ordenou a Vidal que tirasse férias imediatamente. O técnico consentiu e passou 45 dias de molho. Mas, no início do mês, estava novamente uma pilha. Durante um jogo duríssimo contra o Flamengo, quando um dos seus alas cometeu a quinta falta e foi eliminado da partida, Vidal irritou-se e quase agrediu o grandalhão. Passou-lhe tamanha descompostura que o jogador deixou a quadra em prantos. 'Sinceramente, não posso garantir que já tenha aprendido a lidar com o stress', reconhece o treinador.
O que faz o stress pesar especialmente sobre algumas pessoas não é apenas a carga de responsabilidade que carregam. A falta do hábito de delegar tarefas e a obsessão doentia pelo trabalho podem tornar o fardo ainda maior. Os advogados da cidade de Paulo Afonso, uma das maiores da Bahia, não se surpreendem mais quando o juiz da Vara Cível local suspende a audiência sem explicação aparente. Além dos processos civis do município, Rosalino dos Santos Almeida, de 46 anos, acumula jurisdição sobre outra comarca, a 13 quilômetros dali, e sobre a Justiça Eleitoral de cinco outros municípios. Em suas estantes ele contabiliza 5 000 processos à espera de julgamento. À beira de um ataque de nervos, Rosalino não se constrange mais em interromper o depoimento de uma testemunha para levantar da cadeira, lavar o rosto e tomar um pouco de ar.
'Estou com cinco anos de férias vencidas', lamenta o juiz, com a cabeça apoiada entre as mãos. Sofrendo de hipertensão arterial, tonturas e fadiga, ele toma remédios e tenta caminhar todos os dias para entrar em forma. O esforço não é suficiente. Na última vez que ousou relaxar, levando a família para passear na praia, sentiu-se mal e baixou no hospital com uma crise hipertensiva. 'As pessoas mais estressadas são aquelas que têm dificuldade em expressar sentimentos, tendem a explodir nos momentos de tensão, mas acabam fazendo um esforço para ser gentis e educadas. Muitas vezes, elas ficam com remorso pelo simples fato de tirar uma folga', explica a psicóloga Marilda Lipp. Mas, afinal de contas, como pode o stress ter tamanha influência sobre a saúde das pessoas?
O stress é um mecanismo primitivo e antiqüíssimo, engastado nas paredes das cavernas do sistema nervoso. É como um programa de computador velho, de pouca serventia, que ninguém se preocupou em apagar da memória do micro. O problema é que o corpo insiste em recorrer ao programa, mesmo que ele não sirva mais para resolver seus problemas atuais. O stress, utilíssimo na origem, surgiu como uma maneira de preparar o organismo para as situações de perigo na selva. Seu objetivo é deixar o corpo em condições de lutar ou fugir. Ele esquenta os motores da musculatura e, no cérebro, substitui a sensação de tranqüilidade por uma agitação nervosa. Sob o efeito do stress, as glândulas descarregam uma torrente de substâncias químicas no organismo para deixá-lo em ponto de bala. O cérebro, o pulmão, o estômago - tudo isso passa a funcionar em outro ritmo. A partir daí, estão criadas as condições orgânicas que, na vida selvagem, deixariam o indivíduo pronto para saltar sobre a jugular do oponente ou correr como um coelho assustado. Eram alternativas eficientes no tempo em que se podia cruzar com um tigre dentes-de-sabre pelo caminho. São opções inúteis diante dos sustos da vida moderna, como a namorada que telefona à 1 da manhã para 'discutir a relação' ou o gerente do banco que liga para falar de um cheque sem fundos.

Perdendo os dentes - Quando o stress é crônico, as substâncias que geram a reação de defesa acabam intoxicando o organismo. O estômago funciona como se estivesse prestes a digerir uma presa, liberando cachoeiras de suco gástrico e enzimas digestivas. Os ácidos estomacais, fortes o suficiente para fazer buraco num tapete, causam o quadro conhecido pelos gastroenterologistas como 'úlcera de stress'. A pressão arterial, que sobe drasticamente, leva os vasos sanguíneos a perder flexibilidade e endurecer, favorecendo a arteriosclerose. A balbúrdia provocada no organismo ainda pode favorecer o surgimento de diabete, derrames, depressão e até câncer. 'Não há dúvida de que existe relação entre o stress e as patologias diversas. O problema é delimitar até que ponto vai essa influência. Acho que tem havido exagero em estudos sobre o assunto', observa o psiquiatra Márcio Bernik, chefe do Laboratório de Ansiedade da Universidade de São Paulo.
A química do stress não é, em si, responsável pelas doenças. Ela reduz a resistência do organismo e favorece o aparecimento de enfermidades para as quais a pessoa tem alguma tendência genética. O empresário de Curitiba Marcio Bamberg, 41 anos, tinha má-formação nas raízes dos dentes, mas sem maiores problemas. Ao abandonar a sociedade que tinha numa empresa de consultoria em 1991, ele entrou em parafuso. Deprimido, passava os dias em casa, de pijama, sem coragem para procurar emprego. Perdeu 10 quilos. Dormia pouco, comia pouco, fumava muito. Quebrado, tinha de pedir dinheiro emprestado aos pais e ao sogro para sustentar a família. Finalmente, adquiriu o que os dentistas chamam de bruxismo. Durante o sono, ele rangia os dentes involuntariamente, de forma brutal. Em apenas dois meses, os dentes do empresário caíram inexoravelmente, um a um, até que restassem apenas dois caninos e dois pré-molares. 'Seus dentes eram frágeis, mas não teriam caído se ele recebesse o apoio psicológico adequado', diz o dentista Paulo Afonso Cunali, que o atendeu. Depois de dois anos de terapia, Bamberg recuperou-se, retomou sua carreira e, com sua nova empresa, fatura 60 000 reais por mês.
Na década de 20, o fisiologista austríaco Hans Seyle descobriu que pessoas e animais submetidos a desgaste físico e emocional desenvolviam um quadro de sintomas facilmente reconhecível. Eles iam de insônia e taquicardia a falta de apetite. A longo prazo, poderiam levar à morte. Para definir essa síndrome, Seyle tomou emprestado um termo usado na física para definir o desgaste de materiais submetidos a excesso de peso, calor ou radiação. A descoberta foi tão marcante que stress passou a ser empregado como sinônimo de tensão, nervosismo, depressão ou estafa. Virou doença. Tecnicamente, isso está errado. Stress é a reação do organismo à tensão - seja ela física ou psicológica -, e não significa necessariamente ameaça de infarto. Passada a situação de risco, o organismo tende a voltar ao seu equilíbrio original. O problema é o stress continuado, crônico.

Calos nas orelhas - Tensões acumuladas no dia-a-dia são a grande causa do stress contemporâneo. Quem não tem tempo para respirar fundo entre um problema e outro acaba sufocado. Certas profissões são reconhecidas como tão estressantes que o valor cobrado por suas apólices de seguro de vida é mais alto que entre as dos mortais comuns (veja quadro na pág. 98). O pregão da Bolsa de Valores de São Paulo, em que 480 operadores gritam, correm e se acotovelam sem parar todos os dias, é um bom laboratório para perceber esse tipo de situação. Ali, pessoas como o operador Wilson Luiz de Souza, 26 anos, passam o dia segurando telefones sem fio com os ombros, até criar calos nas orelhas. 'Ninguém se surpreendeu no dia em que passei mal no meio do leilão e tive de sair para tomar ar', recorda ele. Ali, poucos conseguem fortuna, mas o índice de úlcera é altíssimo.
No tempo em que era apenas um cardiologista, Adib Jatene atendeu o deputado Ulysses Guimarães. À época, este acumulava a presidência da Câmara dos Deputados, da Assembléia Constituinte e do PMDB. Ulysses perguntou se o excesso de trabalho não poderia afetar sua saúde. 'Trabalho não mata ninguém', retrucou Jatene. 'O que mata é a raiva.' A explicação parece simples demais, mas é verdadeira. As substâncias nocivas que o stress descarrega no sangue permanecem causando prejuízo durante o tempo em que as pessoas remoem suas frustrações. Estudos feitos em clínicas do Rio de Janeiro mostram que o número de infartos praticamente dobra às segundas-feiras, dia oficial da revolta contra o dever de sair da cama.

Morrer de trabalhar - 'Trabalhar não me incomoda. O problema é a sensação de não conseguir salvar a vida de todos os pacientes', afirma o médico gaúcho José Abruzzi Neto, 43 anos, plantonista no Hospital Conceição, o maior do Rio Grande do Sul. Ele trabalha numa sala com mais oito médicos que tentam dar conta de sessenta a 100 pacientes em estado grave. Sua carga horária chega a 72 horas semanais. 'Quando um paciente morre, fico prostrado, sem conseguir fazer mais nada', explica. Nessas situações, ele pede a um colega que assuma temporariamente seu posto e vai para um canto da sala até a revolta passar. Esses ingredientes - muito trabalho, muita frustração e muito senso do dever - são a receita de um fenômeno que, no Japão, recebeu o nome de karoshi (que significa 'morrer de tanto trabalhar'). Segundo médicos japoneses, 3 000 trabalhadores foram vítimas desse mal nos últimos cinco anos. Na semana passada, uma pesquisa publicada na Inglaterra indicou que os ataques do coração são mais freqüentes entre os trabalhadores que têm menos poder de decisão e mais obrigação de acatar ordens - independentemente do salário que ganhem e do prestígio social de seus cargos.
Nos últimos anos, a conexão mais discutida pelos cientistas tem sido a que une stress e câncer. 'Não tenho dúvida de  que existe uma relação, mas ainda não conseguimos entendê-la completamente', explica o psiquiatra americano Paul Rosch. Na semana passada o Instituto de Imunologia da Universidade de Witten, na Alemanha, divulgou o resultado de um estudo que, durante dez anos, acompanhou a vida de trinta mulheres que sofriam de câncer no seio. No início da pesquisa, todas elas tinham tumores em um estágio inicial, controlável. No final, quinze haviam sido curadas e não voltaram a desenvolver novos tumores. Seis outras alternaram períodos de regressão e evolução. E, em nove, a doença progrediu inexoravelmente até a morte. 'Percebemos que as mulheres curadas apresentavam uma atitude mais positiva e voluntariosa. Em compensação, oito das nove que faleceram eram as pacientes que apresentavam mais sintomas de ansiedade e stress', explica o médico Kurt Zanker, coordenador do estudo. Ele não sugere com isso que stress cause câncer, mas que 'o stress psicológico e a atitude negativa diante da doença são fatores que dificultam a cura'.
Os efeitos que as tensões da vida têm sobre cada pessoa variam. A tendência à depressão ou à ansiedade é genética, e o desgaste cotidiano cumpre o mero papel de detonador. Características da personalidade, como timidez ou irritabilidade, são congênitas. E a maneira pela qual cada pessoa reagirá diante da vida é determinada logo na infância. Ao chegar à idade adulta, cada pessoa tem seu limite físico e mental já determinado, como o limite de uma conta de cheque especial. As pressões da vida têm tanto peso como a maneira de cada um enfrentá-las. A empresária paulista Yara Baumgart, de 49 anos, encarava qualquer problema até que foi golpeada pela morte de seu irmão mais novo, de 30 anos, vítima de um infarto fulminante. 'Achei que tinha de ser forte para ajudar meus pais, e procurava até mesmo não chorar', recorda. Yara bem que tentou, mas de uma hora para outra passou a sofrer dores de cabeça tão fortes que não tinha forças para levantar da cama. Desesperada, visitou vários médicos e tratou-se com antibióticos. Nada. Até que um médico ortomolecular, na Suíça, deu o diagnóstico: stress. O desgaste emocional não havia apenas causado dores de cabeça, mas também reduzido seu sistema imunológico a frangalhos. Ela passou por um mês de tratamento com aplicação de soro enriquecido com remédios e nutrientes. Ao voltar para o Brasil, decidiu abrir uma clínica para tratar estressados.

Aftas e mais aftas - Para interromper o redemoinho do stress antes que ele ponha a saúde das pessoas em risco, pesquisadores estudaram centenas de estratégias nos últimos anos. Desenvolveram até máquinas para medir o stress (veja quadro na pág. 96). Os resultados mais eficientes não vieram de nenhum tratamento mirabolante, mas do bom, velho e nunca suficientemente elogiado exercício físico. Ele ajuda a descarregar a tensão acumulada durante o dia e estimula no organismo a produção de substâncias que contribuem para o relaxamento. 'O esporte salvou a minha vida', diz o economista Mailson da Nóbrega, de 54 anos, que durante 27 meses foi um dos homens com mais razão para ter stress em todo o país. No apagar das luzes do governo Sarney, como ministro da Fazenda, Mailson encarou uma inflação de 84,3% ao mês. Sofria de insônia. A boca começou a pipocar com aftas que não saravam de jeito nenhum. No auge da crise, o ministro não tinha sequer coragem de ler os jornais, porque tinha medo de passar mal. A inflação era o pesadelo comum de 150 milhões de pessoas. Elas pareciam estar olhando para Mailson e perguntando: e aí? Hoje, calejado, ele faz três check-ups anuais, pratica natação três vezes por semana, perdeu 8 quilos. 'Aprendi a me controlar', afirma.
Para enfrentar o stress, comprimidos, a solução favorita dos brasileiros, podem até ser usados em casos mais graves. Mas a unanimidade dos médicos e psicólogos considera que eles não são a melhor solução. 'A quantidade de pessoas que realmente precisam de tratamento químico é pequena', explica o psiquiatra Márcio Bernik. Pesquisas recentes mostram que tratamentos mais leves podem ter efeitos bem mais positivos. Exercícios de relaxamento, feitos religiosamente todos os dias, podem reduzir em até 30% o índice de complicações cardiovasculares em pacientes hipertensos. Descobriu-se que até a acupuntura e a meditação transcendental têm efeitos físicos concretos - melhorando a oxigenação do sangue e reduzindo a pressão arterial. E, melhor que tudo, uma vida regrada, sem excesso de trabalho, com exercícios físicos, repouso e lazer. Contra o stress, viver bem é a melhor arma.

(Copiado e colado) Reportagem disponível no site: http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_26021997.shtml