"Tolerar a injustiça é relativamente aceitável, condenável é a intolerância da justiça". Leandro Francisco

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Como driblar a Lei Eleitoral

"Silas e Antônia são casados, mas foram eleitos por Estados diferentes. Eles colecionam problemas na Justiça!!!
A deputada federal estreante Antônia Lúcia e o deputado federal Silas Câmara, reeleito para o quarto mandato, têm muito em comum. Eles são evangélicos, líderes da Assembleia de Deus e filiados ao mesmo partido, o PSC. Casados, moram na mesma casa, em Manaus. A única diferença é que foram eleitos por Estados diferentes: ele pelo Amazonas, ela pelo Acre. O caso pode parecer estranho, mas é formalmente legal. Foi a maneira encontrada para driblar a lei. Se tivessem o título de eleitor no mesmo Estado, não poderiam ser candidatos ao mesmo cargo. Em Brasília, vão morar juntos, no apartamento funcional ocupado por Silas. Mesmo assim, ela não abriu mão do auxílio-moradia de R$ 2.500 por mês.
O truque do registro em outro Estado e a apropriação questionável dos R$ 2.500 são as dúvidas mais leves que pairam sobre o casal. Antônia responde a sete ações no Acre: compra de voto, falsidade ideológica, fraude processual, formação de quadrilha, peculato, uso de caixa dois e falso testemunho. Um pedido de prisão preventiva chegou a ser aprovado em 2010. Os desembargadores entenderam que ela tinha fornecido endereço falso para se livrar de intimações e atrasar processos. Entre eles está um em que é acusada de distribuir 1.200 litros de combustível numa carreata.
Silas não é menos enrolado. Ele foi investigado pela Polícia Federal (PF) a pedido da Justiça Eleitoral do Amazonas. Escutas desvendaram as peripécias do casal nas campanhas simultâneas. O caso mais grave foi em setembro, quando a PF prendeu Heber e Milena Câmara, filhos do casal que estavam com R$ 475 mil sem origem declarada. O Ministério Público diz que o dinheiro tinha sido enviado pelo marido, do Amazonas, para a campanha da mulher, no Acre. Seria gasto com a compra de votos e despesas de caixa dois.
As escutas mostram que Antônia e Silas se assustaram, mas não se intimidaram com a prisão dos filhos. Por telefone, ela deu a notícia ao marido: “Nossos dois filhos foram presos na PF”. Ele perguntou sobre a acusação. Resposta: “Não sei. Pode (ser o) dinheiro?”. Silas concluiu: “Pode. Estou orando que não seja”. A oração não funcionou. A prisão foi mesmo por causa do dinheiro.
Há dez anos, Silas é réu em um processo que corre em segredo no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2009, também foi denunciado por falsidade ideológica e uso de um RG falso em procurações e alterações de contratos sociais de uma empresa da qual era sócio. Se for condenado, perde o mandato e pode pegar até cinco anos de prisão.
Silas e Antônia têm quatro filhos. Os mais velhos dirigem a TV Boas Novas e uma rede de rádio no Amazonas e no Acre. É o maior conglomerado de comunicação evangélica do Norte, mas Silas e Antônia não constam como dirigentes. Segundo a PF, o casal usava as emissoras ilegalmente para fazer campanha. Silas cometeu outras ilegalidades que podem resultar em cassação. Entre elas, permitiu que a mulher usasse um celular da Câmara na campanha.
Questionado sobre as denúncias, o casal respondeu por meio de uma nota única, como se fosse uma entidade. Eles dizem que o dinheiro apreendido com os filhos não era deles. Sobre o processo no STF, Silas alega inocência. “As acusações têm origem em denúncias absolutamente improcedentes, maquinadas há mais de dez anos por adversário político com interesses paroquiais”, diz."



Site sueco divulga histórico policial de Assange, diz "The Times"

O site vazou informações sobre supostas agressões sexuais de Assange a duas mulheres, mas logo retirou do ar
 
Assange está na Inglaterra, mas a Suécia pede sua extradição
Os arquivos policiais confidenciais sobre as supostas agressões sexuais de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, a duas mulheres na Suécia foram vazados por um site de sueco, segundo reportagem publicada neste sábado pelo britânico The Times. O site retirou a informação secreta do ar pouco após postá-la, mas o jornal britânico conseguiu guardar uma cópia.

O histórico divulgado incluía detalhes dos encontros de Assange com as duas mulheres, que o acusam de abuso, apesar do analista australiano ainda não ter sido acusado formalmente.

Assange, que está em liberdade condicional no Reino Unido, deve comparecer na segunda-feira diante de um tribunal londrino para prosseguir com seu processo de extradição a Suécia, país que o reivindica para interrogá-lo em relação aos supostos delitos.

O vazamento de seu histórico policial "foi calculado para prejudicar os interesses de Julian Assange", declarou ao Times o advogado do australiano, Mark Stephens, cujo escritório, Finers Stephens Innocent, investiga a origem do vazamento.

Os documentos, escritos em sueco, incluíam os depoimentos por escrito das denunciantes com declarações de seus amigos e fotos dos preservativos supostamente utilizados pelo processado.

Na audiência da segunda-feira, os advogados de Assange, que se declara inocente de qualquer acusação, argumentarão que os fatos não seriam puníveis no Reino Unido porque não há provas suficientes de que as mulheres não consentiram o ato sexual.

Alegarão que seu cliente enfrenta risco de pena de morte nos Estados Unidos se for extraditado para a Suécia, já que é provável que o país escandinavo ceda ao pedido de entrega por parte desse país, especialmente afetado pelos documentos publicados pelo portal WikiLeaks.

Segundo o Times, os defensores dirão que as autoridades suecas cometeram um abuso de processo ao emitir uma ordem europeia de detenção para simplesmente interrogar Assange por fatos que nem sequer foi acusado.

Liderança do partido do governo renuncia no Egito

Sai Gamal Mubarak, filho do presidente egípcio, e entra o liberal Hosam Badrawi como chefe de comitê e secretário-geral
 
O partido do governo do Egito, Partido Nacional Democrático (NDP), anunciou neste sábado a renúncia da liderança e a nomeação do senador Hosam Badrawi como novo secretário-geral e chefe do comitê político da legenda. Ele é considerado da ala liberal do partido e estava "escanteado" por conta de suas críticas ao governo nos últimos anos. Badrawi entra no lugar de Gamal Mubarak, filho do presidente egípcio, Hosni Mubarak, como chefe de comitê. Já como secretário-geral, Badrawi substitui Safwat al-Sherif, um dos políticos mais próximos ao presidente Mubarak. De acordo coma TV Al Arabiya, o presidente Hosni Mubarak também deixou o comando do partido, informação que não foi confirmada oficialmente.
Mais cedo, o primeiro-ministro egípcio, Ahmed Shafiq disse que as conversar com a oposição continuam, "apesar das diversas forças políticas com as quais se dialoga e de suas diferentes posições", mas expressou a disposição do Executivo de "falar com todos".
Na sexta-feira à noite, representantes da oposição egípcia reuniram-se com o primeiro-ministro, Ahmed Shafiq, para reiterar a necessidade de o presidente Hosni Mubarak renunciar. Abdel Rahman Youssef, representante da Assembleia Nacional para a Mudança (ANC, por sua sigla em inglês), liderada pelo Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, declarou à Al Jazeera que foram apresentadas a Shafiq duas reivindicações principais: a renúncia do presidente e uma série de passos vinculados aos incidentes violentos dos últimos dias protagonizados por partidários do regime de Mubarak.

No poder desde 1981, Mubarak anunciou na terça-feira passada que não se apresentará como candidato presidencial para as eleições de setembro, e confirmou que se encarregará de dirigir uma transição que culmine em sua substituição.

"Achamos que sua saída tem que ser agora, seja deixando a Presidência ou saindo do país, ou delegando o poder ao vice-presidente, de acordo com a Constituição", disse o representante da oposição. "A partir dessa etapa começaríamos a negociar", acrescentou.

A oposição egípcia mostrou-se disposta a negociar com os militares e rejeitou qualquer oferta de diálogo proposta por Mubarak. No entanto, a reunião de sexta-feira à noite não contou com a participação da Irmandade Mulçumana, principal força opositora. Um de seus dirigentes, Gamal Nasser, afirmou que seu grupo "não participará de diálogo algum até que o regime atenda às reivindicações do povo". Ele também declarou que não foi informado sobre essa reunião com o primeiro-ministro anunciada pela ANC.

Os tesouros esquecidos do Palácio do Planalto

Uma valiosa coleção de quadros, móveis e esculturas foi encontrada abandonada em armários, depósitos e garagens da sede da Presidência
By Isabel Clemente em Época.
Quando a reforma do Palácio do Planalto ficou pronta, há cinco meses, uma comissão interna de especialistas saiu à procura das obras de arte espalhadas pela sede e pelos quatro anexos da Presidência. O objetivo era reunir o que de melhor havia para decorar os amplos corredores e salões vazios da sede do poder. Era um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incomodado com os quadros trancados em gabinetes, longe dos visitantes.
O que Lula não sabia, nem a comissão desconfiava, era da existência de uma valiosa coleção de quadros, esculturas e móveis abandonados em armários, depósitos e garagens. Dois quadros do pintor espanhol Joan Miró, avaliados em US$ 1,5 milhão cada um, apareceram assim. Um saiu de um depósito de suprimentos. O outro estava na parede de uma salinha ocupada por uma funcionária. Parecia tão improvável que foi preciso verificar a autenticidade da assinatura para ter certeza sobre o tesouro escondido.
Na garagem do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, foi encontrada uma tela do pintor e arquiteto Firmino Saldanha feita para a inauguração do Palácio do Planalto, em 1960. Da mesma forma, a obra Os músicos, de Glênio Bianchetti, pintor, ilustrador e tapeceiro gaúcho, voltou a formar o quinteto original depois que o quinto quadro foi encontrado num dos anexos da Presidência. Durante muito tempo, os quadros com quatro dos cinco “músicos” serviram de encosto para seguranças num corredor.
A garimpagem também encontrou três exemplares, de 5 x 5 metros, de tapetes Casa Caiada. São artigos feitos à mão, exportados para o mundo todo, que estavam empoeirados em um depósito. Móveis de jacarandá (madeira nobre ameaçada de extinção) dos nomes mais expressivos do design brasileiro estavam na mesma situação. Vendidas em Nova York na casa dos milhares de dólares, cadeiras, mesas e poltronas anos 60 de Sergio Rodrigues, Jorge Zalszupin e Oscar Niemeyer mais pareciam artigos imprestáveis, empilhados no depósito.
Ao recuperar os móveis, a intenção da comissão de curadoria era recobrar o clima da inauguração do Palácio. Como muitos móveis originais tinham sido doados ao longo dos anos, a comissão não encontrou, porém, peças suficientes para decorar todo o Palácio. Foi preciso encomendar novas peças a Sergio Rodrigues, que ainda fabrica suas criações anos 60, e vasculhar depósitos do Congresso Nacional. No Senado, foram encontradas cadeiras e mesas prestes a ser leiloadas por uma bagatela. O diretor de Documentação Histórica do Planalto, Cláudio Soares Rocha, foi pessoalmente pedir ao presidente do Congresso, José Sarney, que suspendesse a oferta pública. Saiu de lá com 400 exemplares para restauração. Agora, os ministros que despacham no Planalto usam genuínas mesas de jacarandá assinadas por Zalszupin, cotadas a US$ 29 mil a unidade (R$ 48.400)
Telas, esculturas e tapetes reunidos e recuperados passaram a compor uma inédita exposição permanente nas áreas comuns do Palácio. O corredor que leva ao gabinete da presidenta da República virou uma colorida vitrine de artistas contemporâneos de primeira linha. As telas “estrangeiras” ganharam um ambiente à parte, porque a ideia era valorizar a arte nacional. “Resgatamos a brasilidade deste Palácio. Além do mais, uma obra de arte não pode servir para o deleite de uma pessoa só. Todos têm de ver”, diz o diretor Cláudio Rocha.
O acervo do Planalto cresceu tanto que um dos desafios da Presidência agora é readaptar as visitas abertas ao público, aos domingos, para incluir a história das obras de arte. Parte desse enredo, no entanto, seguirá como um mistério. Como os presentes recebidos pelos presidentes durante o exercício do mandato são levados por eles, ninguém sabe até agora como os quadros de Miró chegaram ao Planalto. O Instituto Manabu Mabe suspeita que a tela do pintor nipo-brasileiro exposta na sala de audiências da Presidência tenha sido um presente do próprio pintor (morto em 1997) ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Algumas obras nacionais importantes, como quadros de Djanira e Di Cavalcanti, vieram da massa falida do antigo estaleiro Lloyds, nos anos 90. Mas outras também têm origem desconhecida. É o caso de A Pietá, de Mário Mendonça, artista brasileiro de arte sacra moderna, que agora está no gabinete da presidenta Dilma Rousseff, a pedido dela. A Pietá, que antes enfeitava uma saleta de um funcionário, se juntou a duas telas da pintora e desenhista Djanira. Empolgada com a recuperação do acervo cultural do Planalto, Dilma expôs a assessores a vontade de ver a capital com exposições itinerantes, usando acervos de outros órgãos federais. É até possível imaginar que esse desejo se transforme no embrião de novas garimpagens nas diversas outras repartições do poder em Brasília. Não será surpresa se outros tesouros forem descoberto.

100 anos de Ronald Reagan!

Washington, 05 de fevereiro:


Ronald Reagan era a face política da década de 1980, mas o líder republicano, que cumpriu dois mandatos, como presidente dos EUA durante essa década, foi tanto um ídolo dos conservadores como, um inimigo dos liberais. Este domingo milhões de americanos irão sintonizar para assistir o Super Bowl - um ponto alto no mundo do desporto para decidir a equipe campeã no futebol americano profissional. Mas, antes de o jogo começar, eles se lembrarão de Reagan, que teria sido de 100 anos neste dia.
Sua vida será apresentada em vídeo: uma homenagem, um tributo que parece indicar que, no momento atual de turbulência, Reagan é mais amado do que nunca, e, portanto, merecedor do maior apreço que o país fanático por esportes pode sonhar.
Trinta anos depois de tomar posse e mais de seis anos após sua morte, Ronald Reagan tem sua imagem recapturada na imaginação do povo americano. As livrarias exibem a sua biografia em destaque, as universidades oferecem uma série de palestras sobre a política de Reagan, e seus seguidores em todo o país estão planejando festas para comemorar seu aniversário.
Um em cada três cidadãos dos EUA chamam Reagan de "historically outstanding president”, ou seja, um presidente que marcou historicamente. Dada a forma como ele viveu a sua vida, não é surpresa que Reagan tenha sido capaz de adicionar à sua popularidade, mesmo após a morte.
Ele nasceu em 1911, em Tampico, Illinois, uma cidade de cerca de 180 km a oeste de Chicago. O filho de um vendedor de sapatos e uma mãe devotadamente cristã, Reagan buscou e sempre encontrou um caminho para o topo.
Como um estudante de faculdade, ele foi eleito presidente do grêmio estudantil. Depois de se tornar um ator, ele foi eleito presidente do "Screen Actors Guild de Hollywood", e como político, ele serviu dois mandatos como governador da Califórnia, antes de ser eleito presidente dos EUA.
Ele teve que trabalhar para seus sucessos, como por exemplo, lavar louças, para pagar sua faculdade. Após a graduação, ele ganhou destaque no Centro-Oeste os EUA como uma emissora de rádio de esportes, o que levou a sua carreira como ator de cinema e de fama nacional.
Em seus 50 anos, ele decidiu entrar na política e, finalmente, ganhou a presidência com 69 anos, em 1980, depois de duas tentativas frustradas de vencer a indicação de seu partido.
Na eleição presidencial de 1980, muitos eleitores fizeram uma questão de sua idade. O que as pessoas se lembram é da popularidade de Reagan, e do otimismo que deu ao país, depois de muitos anos de crises desmoralizantes, incluindo a Guerra do Vietnã, o escândalo Watergate e a crise dos reféns do Irã.
Também me lembro de sua contribuição para o colapso do império soviético.
James Baker III, chefe da equipe de Reagan e secretário do Tesouro, lembra que Reagan restaurou o orgulho de América.
Ronald Reagan restaurou o orgulho do país, e a confiança dos norte-americanos.
Mesmo presidente dos EUA, Barack Obama, um democrata, tomou recentemente uma biografia do presidente republicano ao longo de suas férias. "Não importa o que divergências políticas que possa ter tido com o Presidente Reagan - e eu certamente tive minha parte - não há como negar a sua liderança no mundo", disse Obama.
Mas os pontos mais baixos desta Presidência não foram esquecidos. O caso "Iran-Contra" trouxe dias escuros e suspeitos. Reagan estava no escritório quando os EUA entregou secretamente armas ao Irã e transferiu a "louros" da direita,  para os rebeldes na Nicarágua.
Reagan sempre negou ter conhecimento sobre o assunto, o que deixou os críticos perguntando preocupadamente que realmente chamou tiro na Casa Branca - Reagan e seus assessores.
Reagan também continua a ser um inimigo do Partido Democrático, porque o vêem como tendo sido um coveiro do estado social.
Os republicanos, por outro lado, reverenciam mais do nunca a sua memória.
Alguns especialistas dizem que Reagan não teria chances com o atual Partido Republicano, como por exemplo, o  estrategista político Mark McKinnon, que disse: "Eu duvido que Reagan pudesse ser eleito hoje".
Reagan, que preferiu passar as noites na Casa Branca, em frente à televisão de pijama com sua esposa Nancy, encontrou seu lugar na história como um homem que representava uma economia saudável e valores familiares.
Reagan morreu aos 93 anos de idade, 5 de junho de 2004 em sua casa na Califórnia, após uma longa luta com a doença de Alzheimer, tendo passado seus últimos anos quase completamente fora dos olhos do público.
Quando morreu, milhares esperaram durante horas para prestar-lhe homenagem no Capitólio dos EUA e em sua biblioteca presidencial na Califórnia.
Muitos se lembram de sua eloqüente carta em 1994, aos norte-americanos, explicando que tinha sido diagnosticado com a doença debilitante. Nela, ele disse que tinha começado "a jornada que vai me levar para o pôr do sol da minha vida".

By Sombra