No recente crescimento dos partidos de direita na Europa, a imigração é um dos assuntos mais sensíveis. Não há um desses partidos que tenha ganhado votos sem pedir uma legislação mais dura para evitar a entrada de “estrangeiros indesejáveis”. Na Alemanha, onde a discussão também ocorre, especialmente por conta da comunidade turca (que chega a 3,5 milhões de pessoas incluindo aqueles com dupla nacionalidade), o debate esquentou nesta semana graças à nova capa da Playboy: é Sila Sahin, atriz de origem turca de 25 anos que estrela uma das principais novelas da TV alemã.
Em entrevista ao site da Playboy alemã, Sila disse que sentia “livre” ao fazer o ensaio, pois foi criada em um ambiente muito fechado e cheio de restrições. Ela afirmou também que a família poderia não aceitar mais sua presença, por conta do que seria uma grande vergonha, e que sua mãe já não atende mais seus telefonemas. Para os mais conservadores, que defendem que os estrangeiros devem adotar o comportamento dos alemães, as fotos de Sila se tornaram argumento forte, como conta o jornal britânico The Times.
O tema é tão explosivo que a coragem de Sila foi recebida com críticas até mesmo por turcos moderados. Segundo o Times, entre os críticos da atriz está o comediante Murat Topal, de 36 anos, que disse que as fotos não eram “respeitosas” com a família da atriz.
A reação do humorista mostra que ainda há um longo caminho a ser percorrido para que a integração entre turcos muçulmanos e alemães melhores. As fotos de Sila, pelo menos, mostraram que a comunidade turca não deve ser generalizada e estigmatizada. Mesmo quem deseja adotar os valores ocidentais, precisa superar barreiras enormes para fazer isso.
Fonte: Época
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